Nervo – Colectivo de Poesia

NERVO/15

“Lume dos NERVOS riscados pelo fósforo do medo
lume dos dentes cerrados
pela goma de um segredo. (…)”

(José Carlos Ary dos Santos, In poema A Faca)

NERVO/14

“(…) a tua face abrindo-se como um barco
amei-te tempestade de ossos
e de NERVOS
contra ti
contra ti.”
(António Ramos Rosa, in Árvore Aberta)

NERVO/13

“Retira-me, Noite, com tua sombria
suavidade, este frio do corpo
Este pássaro perplexo e doido, e
dá-me o teu pão para os NERVOS “

(Fernando Madureira, in Ao Ouvido de um Moribundo)

NERVO/12

Há um vinho do Reno a corroer-me os NERVOS.
E este cheiro de incêndio igual ao que há no campo
(…) a tua nudez como um archote branco.”

(David Mourão-Ferreira, in Do Tempo ao Coração)

NERVO/11

“(…) temos um corpo, mas é um corpo inerte,
feito mais de coisas como esperança e desejo
do que de carne, sangue, NERVOS,
e desabitado de línguas e de astros.”

(Manuel António Pina, In Os Livros)

NERVO/10

“(…)E em mim, dentro de mim, vibram dispersos.
Meus NERVOS de oiro, esplêndidos, que são.
Toda a Arte suprema dos meus versos!”

(Florbela Espanca, in Charneca em Flor)

NERVO/09

“As células vão ardendo nos seus mapas de NERVOS (…)
Devagar, devagar, a cabeça amolece.
Devagar no colo do sono.”

(Armando Silva Carvalho, in Sol a Sol)

NERVO/08

“Faz-me o teu amor ressoar como um órgão,
E os meus segredos revelam-se à carícia da tua mão.
Todo o meu ser extenuado se assemelha a uma harpa.
Suspiro a cada NERVO que tocas.”

(Jalal-Al-Din Rumi, in Odes à Embriaguez Divina)

NERVO/07

“(…) cantando dentro dos NERVOS
os estoiros das avalanches
em qualquer lugar ansioso friíssimo
há uma aurora estreita onde
podemos passar”

(Ernesto Sampaio, in A Única RealTradição Viva,
Antologia da Poesia Surrealista Portuguesa)

NERVO/06

“(…) quando os NERVOS dos seus
adversários na luta ficavam
tensos como metal, sentia-os ele
debaixo dos seus dedos
como cordas tocando profundas
melodias.”

(Rainer Maria Rilke, in O Livro das Imagens)